Da Itália ao Brasil: Chegada da Família Sarri
Escrito por Lucas Bonatelli Malho, relato de Maria Aparecida Sarri Bonatelli
Giovana Lunardelli (no Brasil ficou Joana) e Domingos Sarri
Deixando para trás a Itália,
sua história, amigos, vizinhos, familiares e momentos, para enfrentar a longa e
dura viagem de navio ao cruzar o Atlântico, a Família Sarri embarca em Treviso, uma província da região de Veneto, na Itália, além-mar, rumo à "Terra de Vera Cruz".
Sua chegada ao Brasil
ocorreu por volta de 1914, no Porto
de Santos, estado de São Paulo. A Família era composta pelo patriarca Domingos
Sarri e pela matriarca Joana Lunardelli, além de seus filhos: Primo Sarri (nome
escolhido por ser o primeiro filho do casal), Guido Sarri, Sérgio Sarri,
Carméla Sarri e Tizira Sarri.
A família italiana começou
sua longa e marcante jornada no Brasil tão logo aqui chegou. De Santos, eles
foram remanejados para trabalhar na lavoura no município de Nuporanga. Assim,
já no Brasil, o casal teve mais cinco filhos: Alfredo Sarri ou Tio Ben (Sua mãe
dizia que o teve no navio, vindo a ser registrado no Brasil), Hermantino Sarri
(Tio Nego), Julio Sarri, Ida Sarri e Edis Sarri. Depois de trabalharem em
Nuporanga, mudaram-se para a Fazenda da Serra (Andes - entre Colina e
Bebedouro), a fim de também lidar com a lavoura. Continuando ainda na vida dura
e difícil do Brasil Rural, mudaram-se para Guaraçai - noroeste do estado de São Paulo, para também
tirar o sustento da família da terra. Nessa fazenda, as casas não possuíam
portas nem janelas e se escutavam, na calada da noite, ( nem tão calada) em
meio a mata fechada ,os uivos das onças, que os deixavam arrepiados.
Com o pouco dinheiro
guardado do trabalho de todos no campo, foi possível realizar um pequeno
investimento em um restaurante que estava sendo vendido no Frigorífico Anglo,
no município de Barretos. Assim, num fluxo que viria a ser fundamental na
estrutura econômica brasileira, realizaram seu pequeno êxodo rural e se mudaram
para Barretos, fixando-se no Frigorifico Anglo, em 1945, ano em que, num
contexto maior, foi marcado pelo triste período da Segunda Guerra Mundial a
qual, por incrível que pareça, viria a influenciar no cotidiano da pequena
comunidade do Frigorífico. As filas para se conseguir farinha, açúcar e
alimentos eram eternas e, dessa forma, os proprietários do único armazém ficavam
à mercê da Guerra, sem ter condições de fazer algo para os moradores.
A Grande Família
Quando chegaram ao Frigorifico
e se fixaram no restaurante, ocorreu o primeiro desafio: Como conviver naquele
local, com uma família formada por 20 pessoas?!
Na casa que existia atrás do
restaurante havia quatro quartos, sala, cozinha e um banheiro. Para acolher
melhor toda a família, foram construídos mais quatro quartos, porém o único
banheiro gerou, por muitos anos, longas filas e batidas na porta. Todavia, um banheiro
com banheira e água quente era motivo suficiente para que todos demorassem no
banho.
Árduo Trabalho
O Restaurante - Armazém -
Bar - Padaria da Família tinha uma função importante no Frigorífico, pois era
responsável por alimentar os trabalhadores da Anglo e moradores do local. Sendo
assim, toda a família trabalhava no negócio para melhor atender os fiéis fregueses
e amigos. Às três e meia da manhã estavam de pé para começar a limpeza e
preparar o café da manhã para os trabalhadores, pois o trenzinho que vinha de
Barretos chegava às seis horas da manhã com os operários da Anglo. O cheiro do
café exalava pelo restaurante e, pingado no leite, era acompanhado por um
delicioso pãozinho quente com manteiga, feito no próprio restaurante. Serviam
café para mais ou menos 30 a 40 trabalhadores todos os dias e terminar de
servi-lo significava que o trabalho estava apenas começando, já que o almoço
teria de estar pronto até as onze da manhã.
Família Sarri, Joanna (Giovana) e Domingos, filhos, genros e noras. Foto de Carla Patricia Sarri
Dona Maria Cozinheira e suas
ajudantes faziam um delicioso arroz, feijão, salada e bife acebolado – comida
tipicamente tradicional nas mesas brasileiras. Quando parecia que o dia estava
acabando, iam novamente pegar no batente, pois a janta era servida entre seis e
oito da noite, sempre regada de uma bela panelada de sopa. E, finalmente,
encerravam o dia de batente no restaurante. Árduo serviço que toda a família, com muita felicidade, contribuía para o
negócio prosperar. Salário não conheciam, pois como a estrutura de trabalho era familiar, utilizavam o dinheiro de
acordo com o surgimento de necessidades. “Roupas e sapatos eram raros, pois
lembro-me de ter usado vestidos de saco de farinha, para economizar o pouco
dinheiro que tínhamos”, relata Aparecida Sarri Bonatelli. Claro que isso gerava
risadas de alguns moradores, já que não era comum costurar vestidos em sacos de
farinha. Mas sabiam que esbanjar não estava em suas prioridades naquele
momento.
Restaurante Sarri
Joana Lunardelli e Domingos Sarri
•
Primo Sarri e Madalena Batista de
Souza
•
Guido Sarri e Maria Aparecida
Paschoaleto
•
Sérgio Sarri e Maria Pires Santana
•
Carméla Sarri e J oão
•
Tizira Sarri e Zacarias Pires
Santana
•
Alfredo Sarri e Alice Pires Santana
•
Hermantino Sarri e Julieta Betini
•
Julio Sarri e Ana Coltri
•
Ida Sarri e Domingos Mateus Martins
•
Edis Sarri e Odete Vinhotis
Da esquerda para a direita: Maria de Lucente, Tenente e Cidinha Bonatelli, filha de Primo Sarri. Cidinha casou-se com Wilson Bonatelli, filho de Mario Bonatelli e Brasilina. Foto de 1955.
Bonito relato. Gostei. Parabéns. Repito, são com as pequenas histórias que fazemos a História!
ResponderExcluirQue bacana,..FAMILIA SARRI unica,... parabéns.
ResponderExcluirlindo ser Sarri privilegio
ResponderExcluirMuito bom conhecer as origens. Sou neto de Edis Sarri e Odete Vinhotis.
ResponderExcluirQUE BELA HISTÓRIA, A SAGA DA FAMÍLIA SARRI!
ResponderExcluirINTERESSANTE!
Puxa vida!!! Minha mãe adorava q eu fosse toda tardinha depois da escola,comprar pão pão mandy, e pão sovado no restaurante, é q eu voltava rápido e os pães não esfriavam e ainda mandava marcar na caderneta(marca pró meu pai ) e saia correndo, ei menina,quem é seu pai????????? É Seu Pedro Lobo !!!!!!!!! Os tempo maaraaviilhoosooooooooooo !!!!!!!
ResponderExcluirPuxa vida!!! Minha mãe adorava q eu fosse toda tardinha depois da escola,comprar pão pão mandy, e pão sovado no restaurante, é q eu voltava rápido e os pães não esfriavam e ainda mandava marcar na caderneta(marca pró meu pai ) e saia correndo, ei menina,quem é seu pai????????? É Seu Pedro Lobo !!!!!!!!! Os tempo maaraaviilhoosooooooooooo !!!!!!!
ResponderExcluirPuxa vida!!! Minha mãe adorava q eu fosse toda tardinha depois da escola,comprar pão pão mandy, e pão sovado no restaurante, é q eu voltava rápido e os pães não esfriavam e ainda mandava marcar na caderneta(marca pró meu pai ) e saia correndo, ei menina,quem é seu pai????????? É Seu Pedro Lobo !!!!!!!!! Os tempo maaraaviilhoosooooooooooo !!!!!!!
ResponderExcluirOlá, meu nome é Gleisson José Sarri, filho de Jurandy e neto de José Sarri, gostaria de saber se existe algum parentesco entre nós, pois minha tinha Sonia diz que sim, somos primos.
ResponderExcluirResido em Castilho, mas minha família veio para Guaraçaí/SP.
Deixo meu telefone (18)3741-1376, cel. (18)98109-3287 caso queiram entrar em contato. Ou deixem algum contato para mim.
ResponderExcluirMinha avó era Sarri, vieram para Guaraçaí e depois se estabeleceram em Mirandópolis-SP, decadas depois alguns migraram para São Paulo! Muito bacana esse relato.
ResponderExcluirMeus avós Thizira Sarro e Zacarias pira Santanna, me lembro exatamente dos inúmeros picolés de groselha no palito sem o papel,kkk, q tinha no restaurante do frigorífico, adorávamos!!!! Infância inesquecível ❤️❤️❤️❤️
ResponderExcluirSarri**
ExcluirMeus avós Thizira Sarro e Zacarias pira Santanna, me lembro exatamente dos inúmeros picolés de groselha no palito sem o papel,kkk, q tinha no restaurante do frigorífico, adorávamos!!!! Infância inesquecível ❤️❤️❤️❤️
ResponderExcluirLinda história 😍